Eric Clapton em São Paulo
COME TO BRAZIL ➺ COME TO BRAZIL ➺ COME TO BRAZIL ➺ COME TO BRAZIL ➺ COME TO BRAZIL ➺ COME TO BRAZIL ➺ Eric Clapton faz show extra lotado em São Paulo O show mais intimista da passagem de Eric Clapton pelo Brasil, em comemoração aos seus 60 anos de carreira, lotou o Vibra SP. Foi um daqueles momentos mágicos que unem gerações — de boomers a millennials — onde era fácil perceber a empolgação e emoção a cada riff. Com a abertura feita por Gary Clark Jr., o show começou pontualmente às 21h. Como o bar interno havia fechado antes, muitos fãs ainda estavam no bar externo tentando pegar um drink quando “Sunshine of Your Love” começou a tocar, e você podia sentir a pressa deles para não perder nenhum momento. Enquanto Clapton seguia com “Key to the Highway” e “I’m Your Hoochie Coochie Man”, vi o público mais atrasado correndo para pegar um lugar na pista já lotada. A ansiedade era palpável, especialmente quando ele começou a tocar “Badge”. Ninguém queria perder nada. Então veio a parte acústica, e eu juro, foi um momento único. Aquele silêncio respeitoso, só quebrado pelos coros suaves dos fãs, todos querendo absorver cada detalhe da voz inconfundível do mestre. Quando ele tocou “Kind Hearted Woman Blues” e “Running on Faith”, parecia que o público estava flutuando, e “Change the World” foi acompanhada por um coro espontâneo, contido mas cheio de emoção. A cada música do set acústico, a expectativa aumentava. Quando Clapton começou “Nobody Knows You When You’re Down and Out“, isso marcou não só a metade do set, mas também a entrada do músico convidado, Daniel Santiago, um brasileiro que fez bonito nas últimas — e talvez mais esperadas — músicas da noite. Clapton nos presenteou com “Lonely Stranger” e “Believe in Life”, fugindo um pouco dos covers e trazendo algo mais pessoal. Mas aí veio o grande momento: “Tears in Heaven”. Não tinha uma pessoa ali que não conhecesse a música. Foi uma experiência quase religiosa, com um coro mais forte que nas outras canções. A emoção no ar era palpável, e você podia sentir que não eram só os fãs que estavam tocados — os próprios músicos também pareciam emocionados. E o final, com palmas e assobios, foi de arrepiar (e de derramar lágrimas, confesso). Para levantar o público depois desse momento tão profundo, a banda voltou com tudo, entregando solos de bateria e teclado que mostraram que o blues está longe de ser monótono. “Got to Get Better in a Little While”, “Old Love” e “Cross Road Blues”, um cover de Robert Johnson, reacenderam a energia e trouxeram de volta o ânimo para encerrar o show em grande estilo. “Little Queen of Spades”, “Cocaine” e “Before You Accuse Me” foram as escolhidas para fechar a noite. Foram 17 músicas, entre covers (que Clapton eternizou com sua voz) e faixas autorais, mas ainda assim a sensação de “quero mais” dominou os fãs. Dava para ouvir pelos corredores os comentários sobre algumas músicas que ficaram de fora — afinal, são 60 anos de carreira, e não tem como tocar tudo em uma noite. Os músicos e backing vocals merecem destaque — foram impecáveis, sempre em sintonia. A setlist seguiu a mesma dos outros shows da turnê pela América Latina, sem grandes surpresas. Quanto aos itens de merchandising, os preços estavam no padrão do Brasil. E sobre as músicas, não dá para negar: “Tears in Heaven” foi a grande estrela da noite, ovacionada como poucas. Curiosidade: muitos já sabem que esta música foi escrita após a trágica morte do filho de Clapton, Conor, em 1991. Mas poucos lembram que, um ano antes, ele também perdeu seu empresário, dois roadies e o amigo Stevie Ray Vaughan em um acidente de helicóptero. Clapton revelou em entrevistas que a música foi sua forma de lidar com essas perdas, quase como uma terapia. Sai de lá satisfeita, sabendo que presenciei ao vivo um dos maiores guitarristas da história do rock e blues fazendo história mais uma vez. Um grande check na minha lista de melhores momentos. Para vídeos do show, acesse o nosso instagram: https://www.instagram.com/cometobraziloficial/ Agradecemos a equipe do Eric Clapton, a Move Concerts e a Midiorama.